Guardiões da Galáxia Vol.2 e A pá-de-cal no meu ressentimento infantil



Você ainda tá por aqui?

Pergunta o leitor incrédulo, mas eu me faço a mesma pergunta...

Ora, desde 18 de Janeiro deste ano que não solto uma mísera postagem, sem contar que o rendimento aqui anda muito baixo desde o ano passado, mas tenham paciência, que de tempos em tempos vai pingar alguma coisa aqui.

Pois bem, como vocês podem ver, o Blog tá com cara nova. É o mínimo que eu podia fazer pra facilitar a vida de vocês... Sobre os vídeos, uma hora ou outra eu posto alguma coisa, tenho alguns planos para os próximos vídeos, mas depende do alcance - e me parece que não tem muito - mas é assim mesmo.

Então, pedido de desculpas pela incompetência, vamos abrir os trabalhos...



Há muito tempo atrás, em uma Galáxia muito muito distante, eu fiz um post sobre o primeiro filme dos Guardiões da Galáxia. o link é esse aqui. Muito bem. Devo confessar que esse foi um dos posts mais preguiçosos e toscos que já fiz. Mas, se eu digo isso, é por que eu só percebi isso agora.

Quando assisti o primeiro filme, eu simplesmente odiei.

Mas vou falar do segundo filme e depois eu volto nessa parte.

Minha primeira experiência com GDGV2 foi através da sua trilha sonora. Quando eu ouvi, tive uma epifania. Acho que foi uma das melhores trilhas sonoras que já havia ouvido. Tudo extremamente equilibrado. De soul á country, tudo era perfeitamente harmônico e bonito.

Quando ouvi essa trilha - e havia me apaixonado pela primeira também - eu não podia conceber que um filme com essa trilha pudesse ser ruim. O que me deixou mais ansioso ainda para assistir o filme. Torcendo para não me decepcionar como aconteceu com o primeiro.

Muito bem, fui assistir o filme com meus amigos.

O filme, para minha completa felicidade, é excelente. Aliás, eu assisti o filme DUAS vezes. Até sonhei com ele dois dias depois de ter visto a segunda vez...

Mas por que esse filme é tão bom afinal?

Por causa disso.
Também...

Mas vou ser mais racional...

O filme tem tudo o que os fãs querem, é basicamente por isso. Ele entrega o que promete. Mas pra mim, especificamente, tinha tudo o que eu queria ver. Veja, é uma questão bem egoísta, mas você tem que ver que nem todos os filmes são para todos os públicos alvos e isso não é ruim, é só uma questão de gosto pessoal.

Algumas pessoas gostam de romance, outras de terror e assim a vida segue, mas ainda assim, continua sendo uma questão egoísta.

O que eu queria ver, era uma história engraçada, mas não cheia de piadas ridículas e humor infantil. Queria ver um romance bem construído e personagens profundos, queria ver efeitos especiais magníficos, tretas épicas essas coisas...

Nesse filme todo mundo tem uma motivação plausível, e no geral, todo o filme gira em torno de dois pilares: Família e Solidão.

Ou melhor, a solidão de não ter uma família.

Se você  não viu, história é a seguinte - nos moldes do Cérebro Voltaiko...

Previously in Guardians Of The Galaxy...

Um moleque é sequestrado da Terra quando sua mãe morre por causa de um tumor cerebral. Acontece que o sequestro é feito por um ET, que leva o moleque pra puta que o pariu do espaço...

Muito que bem. Não bastando o moleque ter ido pro espaço, e ter uma vida cheia de agruras, ele vira um fora da lei, criado por esse E.T BILU azul. Ele nunca soube quem era seu pai de verdade e espalhava pros moleques do seu bairro - antes do sequestro - que ele era filho de David Hasselhoff.

No meio de uma série de acontecimentos, esse fulano - Peter Quill, A.K.A StarLord - conhece o resto do que viria a ser os Guardiões, Uma árvore semi-falante, um guaxinim, uma mina verde e um cara cinza bombado.

Depois de mais uma pá de evento, eles salvam a Galáxia... Por isso o nome...

No segundo filme, o Pai do StarLord aparece...

Depois deste evento...

E chama o filhote para se unir á ele em uma outra empreitada Galáctica... É claro que dá merda e o filme é basicamente sobre como tudo se resolve.

Ótimo.

Lógico que é muito mais do que isso, mas só pra resumir bem.

O filme tem uma fotografia incrível, a paleta de cor do filme é de por no chinelo o Pantone de uma série de filmes de heróis que tem saído recentemente, inclusive o Esquadrão Suicida - que eu amei, mas a crítica odiou com todas as forças.

A estética é moderna, mas tem uma pegada oitentista sensacional.

Que aliás, era a marca do filme anterior e desse. O filme é feito como os clássicos daqueles de Sessão da Tarde, mas não é datado. Ele dá o tom com coisas muito, muito simples. Como por exemplo, nos créditos finais os personagens em figurinhas de álbuns dos anos 70/80, as músicas, o figurino e até o clássico player de fita K7.

As cenas dos créditos finais com eles fazendo dancinhas em looping são sensacionais, mais ainda pelas músicas, que aliás - como já disse logo acima, mas vou repetir - são todas perfeitas e extremamente bem executadas, coisa que ficou a desejar no filme anterior.

Dessa vez, eu dei risada de TODAS as piadas. Principalmente, com as do Drax (Dave Batista)...

Sobre ele, me lembro de uma coisa... O elenco é absurdamente foda. Além dos principais - um melhor que o outro, principalmente o EXCELENTE Chris Pratt - tem Amy Pound de Doctor Who, (Karen Gillan) e o eterno Rocky/Rambo Sylvester Stallone. E todos estão ótimos em cada cena, mas ótimos mesmo... A cena do Stallone é muito foda. Até o Baby Groot é fantástico.

Até a aparição do Stan Lee é foda - aliás, pra mim foi a melhor de todos os filmes da Marvel até agora, e quando você ver, vai entender o por que...

As mulheres...


Pom Klementieff
Elizabeth Debicki


Karen Gillan

Zoë Saldaña







Meu Deus... Eu ainda não consegui lidar com esse elenco. De verdade...

Mas nem só disso vive o filme...

O filme é inteligente demais, no sentido de esperteza. Ele sabe ser engraçado e dramático ao mesmo tempo. E meu, se você parar pra pensar, o filme é muito triste. É um bando de desajustados que se encontram como uma família que nunca puderam ter. Fala sobre paternidade e responsabilidade, mas principalmente, sobre amor.

Assim como o Logan, outro filme que vou escrever sobre em breve, por que foi outro que me tirou lágrimas...

A Marvel tem centrado os seus filmes nessas bases, não sei por que os seus quadrinhos não, mas enquanto os filmes continuarem assim, terão meu forte aplauso.

Eu achei o filme é perfeito do começo ao fim, e quando começa os créditos, com Surrender do Cheap Trick, dá até tristeza de ter que sair do cinema por que você quer mais... Dai tem CINCO cenas pós-crédito que te deixam tremendo na cadeira...

Eu sai do cinema tremendo e chorando...


Agora eu volto ao ponto que falei que odiei o primeiro GDG...



Quando sai do cinema, fiquei me perguntando por que raios eu não havia gostado do primeiro filme. Foi tipo assim...


Não fazia mais sentido...

Fui reler o texto sobre meu ódio, e descobri que tudo se centrava em opiniões políticas.

Veja, tem certas coisas que não dá pra passar pano. Eu não rejeito o que escrevi no texto anterior, a diferença é que apesar de todos os defeitos que eu havia visto nele, isso não me importava mais nem um pouco.

Digo mais, assisti o primeiro filme de novo e parecia que eu estava assistindo outro filme, por que dessa vez eu amei o primeiro...

Isso parece conversa de cara que se separa, fala mal pra cacete da mulher, os amigos metem o pau junto e de repente o fulano me aparece com a triste na rua de mão dada...

Dai você fica tipo....


Mas aí me caiu a ficha.

Na época em que eu assisti ao primeiro, eu era outra pessoa. O rio que corre hoje, não é o mesmo rio que correrá amanhã. Eu tinha umas pretensões muito absurdas e um posicionamento deveras infantil em relação á muita coisa. Eu era muito imaturo.

Eu percebi que deixei de aproveitar muita coisa da vida por umas questões muito esquisitas, pra não dizer inúteis...

A diferença daquela época pra esta, acredito eu, foi a vinda da minha filha. Ela mudou minha vida, meus gostos, meu modo de pensar e ver o mundo. Por exemplo, o que mais me chama atenção neste filme - e no Logan - É a questão da paternidade.

Esta geração de hoje, que consome o grosso da nerdice, é a geração dos anos 80/90 que hoje, provavelmente já é adulta e com filhos. Nos quadrinhos isto não se reflete tanto, por que eles - os da Marvel - são voltados completamente á geração dos Mileniais - procure sobre isso no Google. E eu não sou dessa geração.

O que essa geração faz hoje em dia...

Essa geração dos Mileniais não leva nada a sério, por que provavelmente ainda está na fase da zoera, fase que muitos fãs já estão deixando pra trás, por conta da idade e do peso das responsabilidades.

A segunda vez que assisti o filme, foi com minha mulher e filha. E por sinal, foi o primeiro filme que assistimos juntos.

Isso tem um peso enorme em como recebemos as coisas ao nosso redor...




Então é isso minha gente...

Espero que vocês tenham gostado, estou tentando ser mais produtivo aqui e, na medida do possível, vou trazendo mais conteúdo com o tempo. Se você não assistiu GDGV2 ainda vá e veja. Talvez você não goste pelos motivos que eu, mas é um ótimo filme e duvido muito que você não venha a amá-lo, a não ser que você esteja morto por dentro, ou seja um bosta, exatamente como eu era...

Então, até a próxima, se Deus quiser...

Gamora, por Milo Manara

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